9 tecnologias da série Jornada das Estrelas que se tornaram realidade

teletransporte"Preparar teletransporte, Scotty." Esta é uma das frases mais icônicas na história da televisão. É algo que ouvimos com frequência na série de ficção científica "Jornada nas Estrelas" ("Star Trek") e em todos os programas de tevê e filmes que se seguiram.

Essencialmente, o teletransporte desmaterializava um corpo humano em um lugar e o rematerializava na sala de transporte da espaçonave (ou vice-versa). De algum modo, ele quebrava átomos e moléculas do corpo - dispersava-as através do vácuo do espaço sem perder nenhuma partícula entre o ponto A e o ponto B, e então de repente aquela pessoa emergia novamente do nada. Parece muito bacana, embora impossível, certo? Mas e se existisse tal dispositivo?
A série Jornada nas Estrelas mostrou tecnologias muito avançadas para a época e abriu caminho para que elas começassem a se tornar realidade nos dias de hoje
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A série "Jornada nas Estrelas" mostrou tecnologias muito avançadas para a época e abriu caminho para que elas começassem a se tornar realidade nos dias de hoje

A verdade é, pode esquecer o teletransporte. Ninguém foi capaz de realizar tal façanha. Embora em 2001, cientistas tenham conseguido teletransportar um átomo de uma margem a outra do rio Danúbio, ainda não foi possível fazê-lo com objetos ou seres vivos. Mas isso não significa que algumas das ideias que pareciam ser absurdas quando a série estreou na TV em 1966 não se tornaram realidade.

Neste artigo, foi selecionado nove tecnologias de "Jornada nas Estrelas" que, na verdade, renderam frutos, listadas sem nenhuma ordem específica. Algumas podem surpreendê-lo.



9. Alumínio transparente (armadura)

O quarto longa-metragem baseado na série original "Jornada nas Estrelas" é, talvez, o mais querido dos fãs. A tripulação volta no tempo para a Terra dos dias de hoje. Kirk, Spock e o resto da gangue usa uma nave Ave de Rapina Klingon para a viagem e pousa na Baía de San Francisco depois de quase bater na Golden Gate Bridge durante um vôo cego em meio a uma tempestade.

Você deve se lembrar da cena - mas quantos de vocês se lembram do engenheiro-chefe Scotty usar pela primeira vez o alumínio transparente?
Scotty usou o alumínio para construir um tanque para transportar duas baleias jubarte (George e Gracie) para a Terra do século 23. Ele substituiu o pesado Plexiglas de 14 cm de espessura por alumínio transparente de 2,5 cm de espessura para fazer o tanque.

Pode parecer impossível, mas já existe a armadura de alumínio transparente ou oxinitreto de alumínio (Alon), como é mais conhecido. O Alon é um material cerâmico em pó que, depois de submetido a calor e pressão, se transforma em um material cristalino similar ao vidro. Uma vez na sua forma cristalina, o material é forte o bastante para resistir a balas. Polir o Alon moldado fortalece ainda mais o material.

A Força Aérea americana testou o material para substituir janelas e cabines de suas aeronaves. A armadura de alumínio transparente é mais leve e mais forte que que o vidro à prova de balas. Menos peso, material mais forte .

8. Comunicadores

Sempre que o capitão Kirk deixava as instalações seguras da Enterprise, ele o fazia sabendo que poderia ser a última vez que que via sua espaçonave. O perigo nunca estava longe. E quando em sofrimento e precisando de ajuda para sair de apuros , ele sempre podia contar com McCoy para uma cura milagrosa, com Scotty para teletransportá-lo ou com Spock para dar-lhe alguma informação científica vital. Era só sacar seu comunicador e fazer uma chamada.
O comunicador usado pelos personagens de Jornada nas Estrelas nos anos 60 acabaram se transformando nos telefones celulares e receptores bluetooth de hoje
Trinta anos depois, e parece que todo mundo carrega um comunicador como o do capitão Kirk. Nós o conhecemos como telefone celular. Na verdade, os comunicadores em "Jornada nas Estrelas" eram mais do tipo push-to-talk (aperte para falar) popularizados pela Nextel em meados dos anos 90. O comunicador "Jornada nas Estrelas" tinha um flip antena que, quando aberto, ativava o dispositivo.

Os telefones celulares com flip são, talvez, primos distantes. Qualquer que seja o caso, os criadores de "Star Trek" tiveram uma ideia que provavelmente levou a uma descoberta importante, já que hoje é difícil encontrar uma pessoa sem um telefone celular.

Nas recentes encarnações da franquia "Jornada nas Estrelas", os comunicadores evoluíram para broches com o logo da Frota Estelar colocado no peito da tripulação. Com a batida de um dedo, a comunicação entre os membros da tripulação se tornava ainda mais fácil.

A Vocera Communications tem um produto similar que pode conectar pessoas em uma mesma rede dentro de uma área designada, como um escritório ou um edifício utilizando, inclusive, software sobre LAN sem fio.

O emblema de comunicação B2000 pesa menos que 50 g, pode ser usado na lapela de um casaco ou na camiseta, e permite comunicação em duas-vias sem ruído. Ele até foi desenhado para inibir o crescimento de bactérias, por isso é adequado para médicos.


7. Hipospray

Doutor McCoy adorar aplicar algum medicamento na tripulação com seu hipospray. A técnica é usada hoje na aplicação de medicamentoO criativo time por trás de "Jornada nas Estrelas" descobriu formas agradáveis de apimentar algumas atividades que toleramos diariamente. Tome os tratamentos médicos como exemplo: Nem todo mundo gosta de tomar vacina contra gripe, e em "Jornada nas Estrelas, inocular pacientes era uma das principais tarefas do doutor Leonard "Bones" McCoy. Não havia um episódio em que Bones não aplicasse algum tipo de vacina espacial em alguém. Mas o mais fascinante era o dispositivo que ele usava.

O hipospray é um tipo de injeção de medicação hipodérmica. Uma injeção hipospray é forçada sob a pele (uma injeção subcutânea) com alta pressão de ar. A pressão do ar atira o líquido da vacina fundo o suficiente na pele para dispensar a necessidade de agulha. A aplicação do mundo real é conhecida como pistola de vacinação pressurizada.
As pistolas pressurizadas têm sido usadas há muitos anos. Na verdade, a tecnologia antecede "Star Trek".

As pistolas injetoras foram desenhadas originalmente para vacinações em massa. A injeção a ar é mais segura (nenhuma agulha para passar adiante doenças infecciosas) e mais rápida na administração de vacinas. Similar em aparência a uma pistola de pintura automotiva, os sistemas de injeção a ar podem usar um compartimento maior para a vacina, permitindo com isso que o pessoal médico inocule mais pessoas mais rapidamente.

6. Raios tratores

O raio trator usado pela Enterprise para pegar coisas no espaço está sendo pesquisado em vários laboratóriosQuando a Nasa precisa fazer reparos no telescópio espacial Hubble, os astronautas têm de ser especialmente treinados para sair da nave espacial para a atividade extraveicular. Eles também têm de aprender como trabalhar dentro dos limites de sua roupa espacial, vestindo luvas grossas. Não seria legal apenas trazer o telescópio para dentro, onde os reparos seriam menos desafiadores e perigosos?

Na ficção científica, naves espaciais incluindo a Enterprise agarravam umas às outras usando raios tratores. Em alguns casos, grandes embarcações tinham raios tratores fortes o suficiente para evitar que as embarcações menores escapassem da força gravitacional. Então essa ciência é plausível?

Sim e não.  

Pinças ópticas são o mais próximo de um raio trator na Terra dos dias de hoje. Cientistas estão utilizando pequenos raios laser como raios capazes de manipular moléculas e movê-las com precisão. As pinças ópticas são um laser focado para capturar e suspender partículas microscópicas em uma armadilha óptica.

Cientistas podem usar as pinças ópticas para capturar e remover bactérias e algumas células. As pinças ópticas são usadas principalmente no estudo das propriedades físicas do DNA. Embora os raios usados nas pinças ópticas não sejam fortes o bastante para agarrar uma nave espacial para a Estação Espacial Internacional, é um começo nessa direção.

5. Fêiser

A arma fêiser "Preparar fêiseres para atirar" - outro comando ouvido com frequência pela tripulação da Enterprise. A tripulação confiava no choque de suas armas fictícias conhecidas como fêiseres. Armados com um fêiser, Kirk e seus colegas tinham a capacidade de matar ou, mais desejável, atordoar e incapacitar seus adversários.

Na verdade, aparelhos de choque estão aí há algum tempo. Aliás, a eletricidade foi usada para punição e para controlar animais já nos anos 1880. Mas não foi antes de 1969 que um camarada chamado Jack Cover inventou o primeiro Taser. O Taser não matava, mas dava uma carga elétrica alta o suficiente para render a vítima desorientada - se não, completamente incapacitada.

Ao contrário do fêiser, o Taser e outras armas de choque deveriam entrar em contato físico com o alvo para ter qualquer efeito. Os tasers resolviam isso projetando dois eletrodos, conectados por fios, que se anexavam à pele do alvo. Uma vez em contato, a arma transferia eletricidade ao alvo, conseguindo o efeito de choque.

Armas de choque com sondas de contato elétricas estacionárias são de algum modo menos efetivas, porque embora tenham efeito similar no alvo, é preciso estar muito mais perto (a um braço de distância) para atingir o alvo. Algo mais próximo de um fêiser pode estar em desenvolvimento.

A Applied Energetic desenvolveu as tecnologias Laser Guided Energy (energia de laser guiado) e Laser Induced Plasma Energy (energia de laser induzido por plasma) que transmitem explosões de energia de alta voltagem para um alvo.  Em outras palavras, esses pulsos de energia dariam um choque no alvo e limitariam os danos colaterais. Por isso, um fêiser de verdade pode virar realidade em breve.

4. Tradutor universal

Já existem dispositivos de tradução em tempo real semelhantes ao usado na série
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Já existem dispositivos de tradução em tempo real semelhantes ao da série
Imagine se, não importa que país você visitasse, você pudesse entender tudo o que os nativos daquele local dissessem. Com certeza seria muito mais fácil viajar. Leve esse pensamento a um outro nível, vamos dizer, se você fosse um viajante interplanetário como a tripulação a bordo da Enterprise. Felizmente para o capitão Kirk e seus colegas, eles tinham um tradutor universal.

Os personagens em "Jornada nas Estrelas" se baseavam em um pequeno dispositivo que, quando a pessoa falava nele, traduzia as palavras para o inglês. Adivinhe? A tecnologia existe para nós no mundo real. Há dispositivos que permitem que você fale frases em inglês e eles cospem de volta a mesma frase em uma língua específica. O único problema é que esses dispositivos só trabalham com certos idiomas pré-determinados.

Um tradutor verdadeiramente universal como o da série pode não ser uma realidade, mas a tecnologia está disponível. O reconhecimento de voz avançou consideravelmente desde seus primórdios. Mas os computadores têm ainda de ser capazes de aprender idiomas. Os computadores seriam capazes, teoricamente, de reunir informação mais rápido que o cérebro humano, mas um software é dependente de dados verdadeiros. Alguém tem de gastar tempo e dinheiro para juntar tudo e torná-lo disponível, o que é, provavelmente, o motivo pelo qual esses sistemas estão focados nos idiomas mais populares.

3. Visor do Geordi LaForge

Cego, Geordi LaForge conseguia ver através do espectro eletromagnético com esse óculos especial; cientistas hoje já implantam chip no olho de deficientes visuais com o objetivo de devolver-lhes a visãoQuando "Jornada nas Estrelas: A Próxima Geração" pegou carona no amor que todos tinham por "Jornada nas Estrelas", o peculiar senhor Spock, o rude doutor McCoy e outros personagens foram suplantados por um novo elenco. Um dos personagens mais populares da nova série era o engenheiro Geordi LaForge.

O que fazia de LaForge único, talvez até misterioso, eram seus óculos da moda. LaForge era cego, mas depois de uma cirurgia e ajudado pelo uso de um dispositivo chamado Visor (Visual Instrument and Sensory Organ Replacement, algo como "Instrumento visual e sensorial para reposição de órgão"), LaForge podia ver em todo os espectros eletromagnéticos. Embora isso possa soar absurdo, na realidade já existe tecnologia similar que pode, um dia, devolver a visão a quem não enxerga.

Em 2005, uma equipe de cientistas da Universidade Stanford implantou com sucesso um pequeno chip atrás da retina de ratos cegos que capacitou-os a passar no teste de reconhecimento visual. A ciência por trás dos implantes, ou olhos biônicos como geralmente são reconhecidos, funciona nos mesmos princípios da tecnologia Visor usada por LaForge. O paciente recebe os implantes atrás da retina e usa um par de óculos com uma câmera de vídeo.

A luz entra na câmera e é processada por um pequeno computador sem fio, que em seguida transmite essa luz com imagens LED infravermelho dentro dos óculos. Essas imagens são refletidas de volta para os chips da retina para simular fotodiodos. Os fotodiodos replicam a perda das células da retina e alteram a luz para sinais elétricos que, por sua vez, enviam pulsos elétricos para o cérebro.

O que tudo isso quer dizer é que, na teoria, uma pessoa com visão 20/400 (cega), devido à perda das células da retina por causa da retinite pigmentar, pode obter uma visão 20/80. Não é o suficiente para passar no teste de motorista,  mas é o bastante para ler quadros de avisos e sair por aí sem a ajuda de um cão-guia.

2. Telepresença

Em 1966, a ideia de interagir com outra pessoa tendo o vazio do espaço separando os interlocutores parecia ser impossível, assim como a ideia de estar no espaço. Essa é precisamente o que é a ideia da telepresença. A telepresença é mais do que apenas videoconferência. O aspecto visual é importante e a imersão é vital. Em outras palavras, quanto mais convincente for a ilusão da telepresença, mais você sente como se estivesse lá.
 
Em 2008,  a AT&T se juntou com a Cisco na entrega da primeira experiência profunda em telepresença. A chave para a TelePresence da Cisco é a combinação de áudio, vídeo e luz ambiente trabalhando juntas. Esses kits de telepresença são desenhados para espelhar  o ambiente e imitar sons, de forma que os usuários de cada lado da videoconferência sintam como se as imagens na tela estivessem na mesma sala que eles. 
 
Por exemplo, a pessoa na sala de reuniões A verá a pessoa na tela na sala de reuniões B como se ela estivesse sentada uma de cada lado da mesa. A iluminação ambiente e as características da sala são construídas para espelhar uma à outra.  Claro que esses kits de telepresença são muito mais avançados que qualquer coisa alardeada em "Star Trek", mas talvez seja porque a série estimulou nossa imaginação muitos anos atrás.

 

1. Tricorder

Quantos de vocês se lembram que instrumentos o senhor Spock costumava carregar sempre em seu ombro, especialmente quando a tripulação (geralmente consistindo do próprio Spock e do capitão Kirk) chegava a uma planeta pela primeira vez? Era um tricorder.

Um dos mais úteis instrumentos disponíveis para o pessoal da "Star Trek", o tricorder tinha variações (médicas, de engenharia ou científicas) que foram usadas para avaliar qualquer coisa - dos níveis de oxigênio à detecção de doenças. Quase sempre o tricorder dava uma análise inicial do novo ambiente. Por isso, qual a conexão com o mundo real?

A Nasa emprega um dispositivo de mão chamado Locad, que mede microrganismos indesejados, como E.coli, fungos e salmonela, a bordo da Estação Espacial Internacional. Além disso, dois dispositivos de mão médicos podem em breve ajudar os médicos a examinar o fluxo de sangue e a checar por câncer, diabetes ou infecção bacteriana.

Cientistas da Universidade Loughborough, na Inglaterra, usam a tecnologia da fotopletismografia em um dispositivo manual que pode monitorar as funções do coração. Enquanto isso, pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade de Harvard desenvolveram um pequeno dispositivo que utiliza tecnologia similar à encontrada nas máquinas de ressonância magnética e que inspeciona o corpo de forma invasiva.

Usando imageamento por ressonância magnética nuclear, esse dispositivo seria sensível o suficiente para avaliar amostras de dez possíveis bactérias infecciosas. Esse tipo de sensibilidade (800 vezes mais sensível que o equipamentos de sensoriamento atualmente usado em laboratórios médicos)  poderia revolucionar a forma como os médicos diagnosticam uma doença [fonte: Mick].



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