Confira os casos dos "espertinhos" que fingiram estarem sendo prejudicados para ganhar alguma coisa.
Muitos dos consumidores mal-intencionados se valem da política de compensação das empresas de alimentos para ganhar produtos. Um caso emblemático apurado pelo Reclame Aqui foi um grupo de 35 senhoras que moram em Florianópolis, SC, que combinaram de se queixar de caixas de bombons que vinham com itens a menos do que o indicado na embalagem.
No ano passado foram identificadas 150 pessoas que entraram com reclamações em sites de defesa do consumidor questionando a qualidade de restaurantes. A frequência com que elas se queixavam chamou a atenção do Reclame Aqui e uma apuração revelou que essas pessoas valiam-se das políticas dos restaurantes de dar uma cortesia de almoço ou jantar para compensar o mau-atendimento ou qualidade da comida. Eles praticavam o golpe tanto em lojas de fast food (Mac Donald’s, por exemplo), quanto em restaurantes mais caros, como o Outback.
Em 2011 e 2012 a companhia de energia Light, que atende municípios do Rio de Janeiro, percebeu um golpe dentro de seu sistema de identificação de “gatos”, desvios clandestinos de energia elétrica. Alguns consumidores estavam combinando com seus vizinhos uma ação em que uma pessoa reclamaria que a outra fez um “gato”.
01- Senhoras e chocolates
Muitos dos consumidores mal-intencionados se valem da política de compensação das empresas de alimentos para ganhar produtos. Um caso emblemático apurado pelo Reclame Aqui foi um grupo de 35 senhoras que moram em Florianópolis, SC, que combinaram de se queixar de caixas de bombons que vinham com itens a menos do que o indicado na embalagem.
Com isso, durante seis meses (fevereiro a agosto de 2012) elas conseguiram, estima-se, 160 caixas de bombons da Nestlé e da Garoto, depois de realizarem 80 reclamações do tipo. Elas dividiam entre si os chocolates. O grupo só foi descoberto porque a Garoto estranhou a incidência de queixas no mesmo local e pediu um cruzamento de dados para o site, que identificou a “parceria”.
02- Almoço grátis
03- O gato
Assim, a companhia seria obrigada a verificar o local e lavraria um ato de infração. Como o “gato” não era real, o consumidor acusado contratava um advogado e entrava no Juizado de Pequenas Causas com um pedido de reparação por danos morais (acusação indevida).
Como a lei determina que a companhia, no caso a Light, é que deve provar o contrário, ela perdia a causa e obrigada a pagar a indenização que chegou a 6 mil reais e em casos. O dinheiro era, então, dividido entre os vizinhos.
Há aqueles consumidores mal-intencionados que se aproveitam do direito de receber uma indenização das companhias aéreas por extravio de malas ou ainda desaparecimento de produto. Alguns chegam a declarar na hora de entrega da bagagem no guichê da companhia que possuem pertences de alto valor na mala e, quando a retiram em seu destino, alegam que os produtos sumiram.
04- Mala incompleta
Assim, o pagamento comum de 300 reais em casos de malas perdidas, podem virar 4 mil reais ou até 6 mil reais se o mau-caráter for mais profissional. Alguns desses casos foram descobertos porque a mesma pessoa reclamava de várias companhias aéreas, o que gerou suspeita de fraude.
Parece mentira mas há pessoas que, para ganhar indenizações das companhias de transporte público, fazem boletins de ocorrência alegando que estavam dentro de ônibus que se envolveram em acidentes com vítimas.
05- Acidente de ônibus
Elas alegam que não foram para o hospital porque estavam atordoadas com o acontecido, mas que querem prestar queixas. Se for aceitada indenização por danos morais e pelo período de afastamento do trabalho, as indenizações chegam a 3 mil reais.
Um exemplo mais recente de safadeza foi a venda de ingressos do festival Rock in Rio, que acontecerá em setembro. A organização do evento limitou a compra de até quatro ingressos por CPF. Contudo, algumas pessoas valeram-se dos documentos de familiares para comprar mais convites para, posteriormente, venderem a preços acima do praticado pela organização.
É comum também consumidores comprarem produtos fora do estabelecimento comercial, usá-los e antes de vencer o prazo para se arrepender da compra, de 7 dias por lei, devolvem a mercadoria para a loja já usada.
06- Rock in Rio
07- Uso do arrependimento
08- Constrangimento público
Uma dramatização que tem se mostrado prática comum entre os consumidores mal-intencionados é a reclamação de constrangimento por cobrança no lugar de trabalho. As ligações na hora do expediente ou os recados deixados pelas companhias de cobrança acabam sendo usadas contra as empresas para arrancarem de 3 mil a 5 mil reais em processos por danos morais e constrangimento.
O “Manual do Consumidor Mau-Caráter”, que circula na internet, ensina inclusive essas pessoas a dramatizarem a situação na presença do juiz. Não apenas companhias de crédito, mas empresas que oferecem serviços , como energia elétrica, gás, internet, telefonia, televisão por assinatura, etc., também são alvos desse tipo de golpe.
Há ainda aqueles que processam a companhia pela inclusão do nome no Serasa, cadastro de maus-pagadores. Eles alegam que o constrangimento público, em lojas em que tentaram fazer compras, gerou estresse.
09- Apagão
Outro caso comum envolvendo companhia de energia, que ainda persiste, é o de quedas de energia, quando o consumidor tem o direito de pedir o reembolso de danos, aparelhos queimados, por exemplo. Alguns consumidores incluem nas reclamações objetos que não foram danificados pelo apagão e, mesmo assim, a companhia precisa pagar. Quando os consumidores conseguem convencer o juiz que também deixaram de ganhar dinheiro, por exemplo, porque trabalhavam de casa, as indenizações chegam a 3 mil reais ou mais.